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domingo, 14 de novembro de 2010

A direita teme: O ENEM

   Sabe-se que na última semana foram articuladas na grande mídia diversas informações sobre o ENEM, entre elas, a questão dos cadernos amarelos das provas estarem com erros de impressão e os gabaritos que estavam com cabeçalhos ao contrario. Não nego que possa ter ocorrido algum erro no exame, seria estúpido de minha parte afirmar algo assim, até mesmo por que é bem difícil que uma prova desta dimensão ocorra sem nenhum erro. Porém existem algumas coisas que ficam martelando em minha cabeça.

   Até que ponto o ENEM fere os lucros de grandes empresas que comandam os vestibulares no Brasil? O ENEM representa mais do que um ataque a uma indústria de provas, ele é uma quebra dos paradigmas que envolvem vestibulares, muito pelo seu formato mais de raciocínio do que de puro “decoreba”, o que o difere dos variados vestibulares encontrados Brasil a fora. Existe um vasto mercado de vestibulares que o ENEM golpeia a cada ano e que promete golpear nos próximos anos. Só lembrando que existem grandes redes de preparação de vestibulares no país, que de fato não gostam nem um pouco do ENEM.

   Agora outra coisa que penso, cá com meus botões, é o impressionante número de alunos que esse bendito exame colocou dentro das faculdades. Milhares de pessoas, e a maioria delas pobres, agora estão podendo fazer seu curso superior. Salientando que não cabe a mim julgar a qualidade da faculdade ou o tipo de curso que os alunos fazem. O fato é que agora tem gente pobre estudando e isso, a meu ver é bom. Em um dia, quando assistia uma aula, escutei na sala alunos dizendo que “pessoas que pagam seus impostos em dia não tem educação de qualidade”, “ qualquer um que não tenha aprendido direito as coisas na educação básica está entrando no ensino superior”, discurso ingênuo, porém carregado de uma visão altamente elitizada de educação. O filho de um querido amigo meu, que, no ano passado prestou ENEM e foi muito bem, ingressou na faculdade através do PROUNI, teve que ouvir na universidade que ele era um “Filho da Puta” e que estava “roubando o lugar de quem queria estudar”. Isso tem um nome: preconceito.

   Esse grande estardalhaço na mídia tem explicação, os brasileiros estão começando a ter dignidade, direito a educação, ainda que não cem por cento, mas agora filho de família ou estudante de baixa renda está dentro das faculdades de pessoas mais abastadas. Uma parte da elite tem medo de que o povo estude, o povo letrado é perigosíssimo. Esse barulho todo é contra isso. Não vou entrar nos termos legais do por que não é necessário anular o ENEM, mas o texto acima mostra um pouco dos motivos que resultam essa anulação.

   Mas já afirmei uma vez e reafirmo, se o que eles têm é medo de pobre, continuem temendo, pois o povo brasileiro vem ai, por mais quatro anos, e ele não é nem um pouco besta!

Postado por:

Regis Munhoz

11/11/2010