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sábado, 5 de novembro de 2011

SE CORRER O BICHO PEGA, SE FICAR O BICHO COME. E A MÍDIA RANCOROSA


SE CORRER O BICHO PEGA, SE FICAR O BICHO COME.
Já não são de hoje os protestos na Grécia contra os pacotes impostos (essa é a palavra certa) pelo governo “socialista” ao povo grego. Desde a explosão crise em 2008 que os gregos saem às ruas para expor sua vontade, e, como sempre acontece no mundo todo, são severamente reprimidos pela policia local.
Depois de uma série de imposições macabras de Papandreou, o governo toma a primeira medida, digamos que, aceitável a população grega. Vai botar o povo para votar se o último pacote, talvez um dos pacotes mais terríveis imposto aos gregos, vai ser aprovado ou não. Ou seja, haverá um referendo nacional para o povo aprovar ou não o novo pacote de cortes da Grécia.
Hora, entende-se por DEMOCRACIA a soberania do povo em escolher seus rumos e como resolver seus problemas. Democracia de verdade é o povo, que protestou nas ruas, ser ouvido e ter o poder de decidir se vai ou não pagar uma dívida criada por governos irresponsáveis e por banqueiros gananciosos. Pois todos sabem que a crise não foi feita por trabalhadores e nem trabalhadoras. Por que nós que trabalhamos temos que pagar essa conta? Pague ela quem a fez e quem têm dinheiro para isso.
A notícia do referendo foi uma bomba para quase todas as bolsas do mundo, os índices rolaram morro abaixo, e o risco do calote grego vem a cavalo. O medo do aprofundamento da crise se torna algo explícito. Como um presidente, um governo que está realmente preocupado com o mundo em que vive joga tal responsabilidade ao seu povo? É isso que a mídia alarmista  nos bombardeia hora a hora no noticiário. Economistas explicam para o expectador (leigo) por que é importante aprovar o pacote. Dizem que com ele a coisa vai feder, mais vai demorar mais, porém sem o pacote o negócio degringolar de vez. Os senhores do conhecimento aparecem nas telinhas, jornalões (e lecos) e revistas para explicar ao povo por que esse referendo não deveria nem ser proposto. É a velha demonstração daquilo que Marilena Chauí chamou de discurso da competência onde, nem qualquer um pode dizer a qualquer outro qualquer coisa em qualquer lugar ou circunstancia, a informação é feita e transmitida por quem sabe e ponto final.
Que a Grécia vai dar um calote não é nada novo, trata-se apenas de uma questão de tempo, não adiante correr, uma hora o bicho pega. Resta-nos ver quais serão os próximos capítulos da série “mais uma crise do Capital”. Se esse referendo vai mesmo acontecer e como vai ser o calote.
Bom, a este expectador resta a torcida e todo apoio ao povo grego. E a esperança (combativa) de que um dia a informação seja dada de uma forma democrática de verdade e sem um discurso falso dos verdadeiros conhecedores de coisa nenhuma. Enquanto isso os banqueiros festejam seu lucros nada pequenos e o povo segue pagando a conta dos caras com mansões e helicópteros. Uma hora a conta vai pro seu dono, aí não adianta correr e nem ficar parado.
Por  Regis Munhoz 03/11/2011

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