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quarta-feira, 2 de junho de 2010

TRANSPORTE DE BOIS.

Por Regis Mendes Munhoz.

Saiu na ultima semana, em alguns jornalões, a novidade do ano na cidade de São Paulo, a inauguração da tal linha 4 amarela do Metrô.
                           
   Dita de primeiro mundo e aclamada por muitas pessoas que já usaram a linha em seu primeiro dia de funcionamento, essa mesma teve em sua primeira viagem diversas personalidades muito legais tipo, nosso atual governador Goldman, Fernando Henrique Cardoso e outras figurinhas tucano-carimbadas. O engraçado foi ver essa galera entrando no vagão! Mal sabem eles (mas acho que devem saber sim) que todo dia de manhã e de tarde milhões de trabalhadores se divertem em uma calorosa viagem no metrô. E algo notório foi ver como alguns usuários elogiaram a nova linha, “coisa de primeiro mundo”, “me sinto em Nova York” e outras bondades.

   Bem, cabe a nós fazermos a desconstrução de todo esse grololó. Então aí vai.

   Sabe-se que a historia das ferrovias em São Paulo já se mostra um pouco antiga, remetendo-se ao ciclo brasileiro do café. A Ferrovia que ligava Santos a Jundiaí criada em 1867 e durante muito tempo só serviu para carregar café (leia “mercadoria resultante de trabalho escravo”), a linha só foi aberta ao público muito mais tarde na segunda década do século XX. Após a família Matarazzo estabelecer sua pequena riqueza por aqui, as ferrovias nasceram com o intuito de levar os trabalhadores aos seus locais de trabalho, ponto final. Carregar o peão lá da zona leste e levá-lo para barra funda era um dos grandes motivos da existência das linhas de trem na cidade. Depois de muitos anos a idéia de transporte público permanece a mesma, e o metrô é outra forma carregar o trabalhador. Na linha vermelha todo santo-dia de manhã é a mesma historia, as pessoas pegam o metrô realmente muito cheio e muito demorado, parece até que está se carregando gado. Os trens vão “brecando” a todo instante, pessoas passam mal todo dia, tem sempre alguma ocorrência de usuário na linha e a passagem sobe cada vez mais. Agora, alguns políticos que realmente não ligam para a historia acima, aparecem com notícia de expansão do metrô? Tem que ter expansão sim, porém ela tem que ser qualitativa e não para propaganda política do PSDB e de interesses que não são da população em geral.

   Segundo dados do sindicato dos metroviários de São Paulo a nova linha não vai contar com operador e o IPT já achou diversas irregularidades na construção da linha, como falta de fibra de aço e camadas muito finas de concreto nos túneis. A linha vai ser operada por uma empresa que cuida dos pedágios no estado, ou seja, uma empresa que não sabe praticamente nada de transporte ferroviário vai cuidar de uma linha sem operador, apertem bem os cintos! Fora o desastre de 2007 onde simplesmente abriu-se um buraco na região de pinheiros que matou sete pessoas, e ainda morreram alguns trabalhadores das obras.

   Agora temos um metrô com tecnologia, ou somos cobaia de uma idéia em beneficio somente de alguns? Em nenhum lugar do mundo isso acontece, será que somos pioneiros? O que acontece é que o metrô (principalmente na linha vermelha) ainda permanece muito cheio e lento nas horas em que mais precisamos de sua velocidade, e o pior, ainda seguimos (e seguiremos se eleito o senhor Alckmin) cordialmente sendo carregados como gado.

Fonte: http://oglobo.globo.com/fotos/2007/01/13/13_MVG_sp_buraco.jpg





2 comentários:

Ev Xavs® disse...

Eu andei de metrô várias vezes aí em São Paulo e os problemas são semelhantes aos daqui do Rio, inseguros, superlotados, a linha para a zona norte tem ar condicionado e as pessoas não aguentam o calor, insuportável, o tucano Marcelo Alencar, mais conhecido como Velho Barreiro, por sua "aversão" aos muitos goles da "marvada", doou a estatal e agora está uma desgraça, há poucos dias um vagão pegou fogo, são estes neoliberais que tem a pretensão de voltar em outubro...

Bruno Caccavelli disse...
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