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quinta-feira, 13 de janeiro de 2011

MÍDIA, ENCHENTES E UMBERTO ECO.

Todo ano, todo verão vemos sempre as mesmas noticias. Enchentes matam e soterram varias pessoas principalmente no sul e sudeste do país. As pessoas recebem essas noticias de uma forma,  a forma da mídia nativa.
Vamos á análise.
O fim da vida de uma pessoa, a meu ver, trata-se de algo muito triste. A pessoa deixa esse mundo, morre jovem, velha, rica, pobre! Penso a vida como o bem mais importante e precioso de cada ser humano existente. Uma pessoa morrer, quanto mais por culpa do poder público, não é algo que deixa a maioria dos seres humanos felizes. Porém não é com esse tipo de visão que alguns monopolistas de noticias compreendem a morte. Vejamos um pouco do atual contexto das empresas de comunicação.
A Rede Globo mostra para que lugar está indo com seus atuais pontos de audiência e share:
“Encerrou 2010 com média de 29,8 pontos e 49,3% de share, uma QUEDA DE 24% (ênfase minha) de audiência em relação a 2000: perdendo um de cada quatro espectadores”.[1]
A emissora vem perdendo um grande número de sua audiência. Em dez anos o Fantástico perdeu um em cada cinco telespectadores, o programa do Faustão já mostra índices de baixa audiência e o Jornal Nacional conseguiu fechar 2010 com os piores índices da historia da emissora. Logo se entende que, diminui a audiência e conseqüentemente a grana pode diminuir, portanto a globo está com muita vontade de subir sua audiência.
Digamos que, se hoje eu morrer, certamente a Globo não irá noticiar a minha morte a nível nacional e muito menos fará um especial sobre meu fim. Agora, se eu e mais quatrocentas e noventa e seis pessoas morrermos no mesmo dia, mesmo local, mesma hora e das mesmas causas, as chances de nossos reles cadáveres serem divulgados na telinha aumenta consideravelmente. Ainda mais se houver muito choro, dor e lamentação. Por quê? Simples,  por que dá audiência.  E se dá audiência pode dar renda.
Com seus números lá embaixo a globo corre atrás de uma alavanca que os jogue de volta para cima. As enchentes e as mortes causadas por elas são um prato cheio para a emissora e é obvio que ela vai explorar até o fim a tristeza das pessoas envolvidas.
Mas não detenhamo-nos apenas na emissora  da família Marinho. A Record, com números históricos tenta alcançar a Globo usando programas muito similares, e usa e abusa das noticias do verão desastroso no sudeste do país. O SBT que também não pode faltar, corre atrás do prejuízo, (e que prejuízo!) partindo pela mesma linha. Sem falar na Bandeirantes. Todos esses afim de um lugar ao sol, ainda mais se for o sol que brilha para a Globo.
Creio que muitas pessoas importantes dessas grandes detentoras da informação não ligam nem um pouco para as mais de 497 mortes no Rio. Aí me pergunto, se isso lhes dá audiência qual o interesse em que isso acabe?
A maneira como a mídia vê tudo isso que nos assola é a maneira de como vê seus grandes interesses. Todos dizendo as mesmas coisas, as mesmas imagens, os mesmos choros. É a banalização da morte.
Como diria o grande Umberto Eco, é a falação da falação.


Por Regis Munhoz

2 comentários:

Anônimo disse...

um dos melhores textos que já li no blog!

Ruído Binário

Ev Xavs® disse...

Excelente texto, percebe-se nas emissoras de TV a torcida pelo prolongamento das chuvas, assim teremos mais destruição, mortes e o cofre cheio ...
Evaldo