Da chuva ao caos.

Por Regis M. Munhoz

Sexta-feira, 22 de janeiro de 2010, mais um dia de chuva na grande São Paulo. Fenômeno natural, que ao ver de muitos seria algo normal e comum, porém, para maioria dos moradores da cidade de São Paulo a chuva é motivo de medo!

Muitos moradores já alegam que deixariam de morar por aqui por causa dos alagamentos já rotineiros. Casas já desmoronaram, senhoras de 70 anos de idade já morreram, crianças e pais perderam suas coisas, muita gente ficou dias sem água (“morrendo como porcos na lama”, segundo uma moradora do Jd. Romano). Tudo isso por causa das chuvas. Será?

São Paulo uma das maiores metrópoles do Mundo (a 4ª para ser mai exato) sofre de problemas já antigos como a falta de investimentos em infra-estrutura por parte da maioria dos governantes. Ora, A maior cidade do país com um número exorbitante de moradores, pouco mais de 19 milhões, não consegue suportar esse imenso grupo de habitantes, pois não há infra-estrutura. Rodoanel? Isso é para comércio, tudo deve se concentrar aqui em São Paulo. Metrô? Pra que mais metrô, já tem Ônibus (velho) a rodo para passear pela cidade, e o trem lento, aquela sucata importada do Japão, maquiada para se dizer que está novo. Piscinão? Não, a culpa da enchente é da natureza! Nossos engenheiros foram a sás geniais, que tiveram a feliz idéia de encher de concreto as laterais de rios como Tietê, Aricanduva, e mais alguns, sem lembrar que esses têm período de cheia, e que nesse período a água do rio sobe! Quase nunca, na historia desta cidade, houve investimento para a população. Lembram-se da São Paulo Railway? Aquela que ia de Jundiaí até Santos, sim, servia apenas para carregar café, o povão só teve acesso ao trem depois de quase trinta e cinco anos de existência da linha. E a polícia? Há! Como diria o companheiro Bruno, a polícia serve para manter o rebanho no cocho! Vou citar um exemplo que vem a calhar.

Na noite de terça-feira, lá na zona sul da cidade, o povo revoltadíssimo com nosso prefeito (que até agora não tomou providência nenhuma para resolver o problema com as enchentes) resolveu fazer protesto. Mais uma vez nossos agentes da segurança botaram os manifestantes para correr com os mesmos métodos de sempre. Corroborando minha tese de que a policia só existe pra surrar trabalhador. Achar qualquer comentário (na mídia) sobre essa manifestação foi difícil, quanto mais arrumar uma foto, porque a mídia como sempre democrática e contra censura não tocou no assunto dessa manifestação, para variar.

E assim segue nossa pacata e feliz cidade de São Paulo, transformando a chuva em caos e o lema da cidade, “Non Dvcor Dvco” (em português, “Não sou conduzido, conduzo”), em algo contraditório.